sábado, 19 de setembro de 2015

       Tenho certeza absoluta que são poucos os que acompanham esse blog. 
       
       Não costumo ficar publicando, pois, não tenho certeza se será algo que desejo colocar no meu livro. Mas, senhores fantasmas, não se preocupem. 
       
       Antes de publicar alguma coisa aqui, escrevo o texto no word, e, depois de reescrever varias vezes, publico no blog.
      
       Logo logo, virão novos textos. Só tenham calma, e aguardem.

Na velocidade da luz!
Vincent Alucard

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Prólogo. Parte I


              
         O planeta sem nome

  Num lugar do espaço, no sistema solar da estrela Black Fenix, existia um planeta sem nome. Próximo a Urocyon, distante de Thynómenos. Desconhecido pelos humanos.  Habitado por uma raça peculiar, semelhante aos homens da terra, porém diferentes em vários aspectos. Uma raça abençoada com uma beleza divina, e um forte desejo guerreiro. Feições humanas, não fossem as orelhas e a cauda; exatamente iguais à de um Cannis Lupus. Por alguma coincidência, se nomeavam lobos. Neste planeta não existia qualquer animal da espécie. Talvez por não conhecerem algum, ou por terem existido antes dos mesmos.
     A motivação e descontrole de seu instinto guerreiro os faziam guerrear entre si, dia após dia, apenas para decidirem qual era o grupo mais forte. A força da elite se dividia em quatro grupos, compostos pelos mais poderosos soldados lobos. Os que conseguissem o titulo de “mais fortes” teriam a honra de governar o planeta, abrindo caminho para o futuro da raça.
      Era noite, quando Fenrir invadia o território de um grupo adversário. Usava um colete negro, estampado nas costas com a figura de dois olhos, profundos e avermelhados, em contraste a escuridão da vestimenta. A calça longa, da mesma cor da peça superior, terminando em botas de combate. Estava de par com a noite, como uma sombra terrivelmente escura.
        - Consegui adentrar na base dos Black Fenix- Disse, falando em seu comunicador, quando um forte vento sopra. Os longos cabelos prateados ressoam; por impulso colocou a mão cobrindo os brilhantes olhos azuis- Está tudo escuro, e quase não há luzes acesas. É a chance perfeita para conseguir suprimentos- Ouviu um zumbido da pequena maquina. Entendeu que aquilo era resposta de um de seus irmãos.
         - Tome cuidado Fenrir- Uma voz rouca respondeu- É o nosso soldado mais promissor, além de que é novo. Tenha o máximo de cautela.
         Pode ter certeza que terei, pensou.
E deveria tomar. O grupo Black Fenix tinha em posse os sentidos mais aguçados, além de desfrutarem de inimaginável velocidade. Todos invasores eram presos em poucos instantes; a atenção de Fenrir era mais que obrigatória. Algo curioso sobre eles, era sua grande adoração ao sol. Os lobos não possuem um deus para glorificar, porém os Black Fenix, veneravam tanto a flamejante estrela negra, que batizaram seu bando em sua homenagem.
         Furtivo como uma raposa, espreitou-se pela noite e deu de cara com o depósito do inimigo. Aproximou da porta, e tentou girar a maçaneta. Foi obvio que estava trancada.
       - A Fenix Negra, sempre cuidadosa-  fechou os olhos, respirou profundamente e arrombou a porta, com um chute abafado; técnica conveniente ensinada ao lobo- Todos esses suprimentos... Malditos!- Praguejou- ficaram com o território mais fértil e abundante, enquanto nós vivemos num inferno gelado.
         Tirou das costas uma mochila vazia. Abriu a bolsa, e começou a colocar alimentos, itens de primeiros socorros e medicamentos, aumentando o volume da mesma. Passados alguns instantes, concluiu que aquilo era o bastante para durarem meses. Jogou a mochila nas costas, e seguiu caminho de volta a torre de seu bando.
        - Quem disse que era preciso de mais soldados, General Rhagno?- Disse, estufando o peito, orgulhoso- Poderia carregar até o dobro desse peso. Mas não posso ser ambicioso, pegarei o suficiente, para o bem dessa missão- Falava consigo mesmo, mantendo a sanidade o quanto podia. Alias, estava em território inimigo.
        A cem metros da saída, ouviu um alarme soar. Alto e agudo, machucavam seus ouvidos como o canto do pardal montanhês. Odiava aquela ave. Em poucos segundos se encontrou cercado por soldados Black Fenix. Olhou para todos os lados, encontrando apenas armas apontadas em sua direção. 
        - Muita coragem a sua- Rugiu um dos soldados- por desdenhar de nossos sentidos superiores- apontou a arma em sua cabeça- esta pronto para pagar o preço?
         - Ainda não- Uma voz grave surgiu aos poucos, tratando-se dum grande soldado Black Fenix. Seu uniforme era exatamente igual ao dos demais; uma vestimenta feita de um material flexível. Coloradas de um rajado azul com vermelho, detalhes de aço negro, dando a impressão de ser alguém maior. Diferente dos demais, uma estrela dourava plainava sobre seu peito, mostrando se tratar de um major- antes vamos captura-lo, e obteremos informações sobre ele e seu grupo. Caso necessário, o torturaremos.
        Estava enrascado e sem saída. Seus batimentos aceleraram. Um ritmo tão rápido que assemelhou a tiros de metralhadora. Pensou rápido, encheu os pulmões, e disse:
        - Não me chamam de sombra da noite atoa- suspirou todo o ar acumulado; como um tornado que descontrola o vento- Não serei capturado hoje e nem nunca.
         Fenrir flexionou os joelhos, tomando o máximo de impulso. Saltou na direção do soldado mais próximo, desarmou-o com agilidade, e pulou atrás dele. Agarrou-o, fazendo o Black Fenix de escudo.
         - Atirem e acertarão um companheiro, não a mim- Afastou-se do esquadrão, e aproximou lentamente do muro que marcava o limite daquela base- Se vocês ficarem quietinhos, seu companheiro não será machucado.
         Antes que pudesse arrombar o portão de saída, sentiu uma fincada abaixo do olho esquerdo. O tiro de uma munição tão fina, que não fazia barulho. A visão do olho embaçou, e por instinto, num golpe de extrema força, destruiu o portão de ferro forjado. Correu freneticamente, carregando a pesada mochila nas costas, o soldado Black Fenix com o braço direito. Tinha em comum a velocidade extrema do grupo inimigo. Em instantes ele chegou numa área neutra, um deserto de areia escarlate brilhante. O brilho devia a reflexão da intensa luz das três luas do planeta sem nome: Merón, Dhareon e Ryuzarok, os guerreiros antigos.
        - Nos separamos aqui, Black Fenix- Fenrir soltou o inimigo, como tivesse deixado uma espada cair- Tentei prevenir conflito, fazer como se nada tivesse ocorrido. Meus irmãos precisam desses suprimentos, e se necessário, darei minha vida para atender suas vontades- Tirou a ponta de harpia; como se chamava aquele tipo de munição silenciosa; e lentamente escorreu-se sangue abaixo do olho- Não arrancarei seus olhos por estar perdendo a visão de um olho, fique tranquilo- Deu um risinho, a voz forte assustou o rapaz, sentado sobre a areia escarlate- volte para seus companheiros. Diga que se aproveitou do meu ferimento para fugir.
        Fenrir virou-se de costas ao lobo caído, deu um impulso e desapareceu, deixando uma nuvem de poeira brilhante. Seguiu rumo de volta ao seu território, onde seus irmãos o esperavam.
Depois de algum tempo, sentiu o ar congelante que vinha das montanhas do sul. Tão frio, que parecia trincar a alma como vidro. Carregava a pesada mochila nas costas, sem muito esforço e, finalmente, avistou o portão do gigante. Ganhara aquele nome pelo tamanho e prudência que a criatura impunha. A sombra da noite empurrou-o, e um barulho soou enquanto abria lentamente. Dentro da base aliada; uma fortaleza de mármore, tijolos e prata draconica; avistou seus companheiros em suas atividades comuns. Uns treinavam tiro ao alvo, aprimorando a mira; liam ou faziam o trabalho doméstico. O estrondo feito ao fechar o portão alertou a chegada de Fenrir.

        - Irmãos- Disse o lobo, num grito trovejante- aqui estão os suprimentos- Terminando, sentiu uma forte dor de cabeça, cambaleou e caiu, desmaiado, no chão de pedra lisa.